9.11.2007

Sob outro prisma

O mal não é mais tão mal e o bem não é mais tão bem assim. Pois bem amigos, esta expressão que você acaba de ler exprime o pensamento político de algumas personalidades que querem se dar bem às custas do nosso esforço. No passado o que era ou os que eram o mal estava personificado nas pessoas que ameaçavam eleitoralmente o grupo estalado no poder. Qualquer indivíduo ou grupo que se apresentasse como alternativa eleitoral recebia o título de agente do mal. Em 1992, ano da emancipação política e administrativa do Município de Rio das Ostras e ano eleitoral também, um grupo de políticos representantes do poder casimirense recebeu o título de agente do mal por parte de outro grupo que disputava as cadeiras do poder de um município recém criado. O discurso em prosa e verso era cantado por quem defendia a liberdade (a emancipação e o fim de uma hegemonia política) como se estivesse amarrado aos grilhões do período da escravidão. As alianças políticas para eleger um nome que representasse os interesses exclusivos de um grupo formado puramente por riostrenses acabaram por dissipar-se numa lagoa de vaidades pessoais dos postulantes ao cargo a prefeito. Então continuamos sob domínio político do grupo casimirense com a eleição de Cláudio Ribeiro que era o apadrinhado político do prefeito de Casimiro de Abreu Célio Sarzedas. Personagens com relativa expressão na história do município como o vereador Gelson Apicelo, Virgílio Lagrimante, Homero Amaral, Francisco Nascimento e Alcebíades Sabino disputaram a preferência do eleitor ao cargo de prefeito com a imagem do salvador que ilustraria para sempre a biografia do povo riostrense ao serem os paladinos da liberdade, da dignidade, da auto-estima e do respeito ao seu povo. Mas, cada um do seu jeito, sem saberem que num futuro político estas palavras perderiam o seu verdadeiro valor quando ditas por eles e assim como a sua credibilidade política não mais os tornaria potenciais protagonistas de estórias eleitorais, lançaram-se um a um, no abismo político da aniquilação. A cada período eleitoral os personagens históricos se distanciavam mais da própria imagem, perdendo assim suas identidades políticas. Em 1996 um bloco político patrocinado por sanguessugas que se alimentam da ignorância e da pobreza da maioria que compõem o eleitorado de nossa cidade, mesmo à contra-gosto, referenda o acordo entre o prefeito Cláudio Ribeiro e o seu adversário o pré-candidato a prefeito Alcebíades Sabino. O mal não é mais tão mal e o bem não é mais tão bem assim. Na próxima edição eu continuo.
Publicado no jornal Razao n 60 primeira quinzena de setembro de 2007

8.29.2007

Repúdio a violencia – abaixo a repressão municipal

Caros amigos

Nunca pensei que o poder de coerção do Estado determinado na constituição pudesse ser substituído pelo poder arrogante de violenta coação das guardas municipais. Denuncio a sociedade que no Município de Rio das Ostras o poder de coerção do Estado na segurança pública exercido legalmente pela polícia militar convive com um poder paralelo exercido ilegalmente na segurança pública pela guarda municipal. Os poderes executivo, legislativo e judiciário que jamais poderiam se omitir perante o desrespeito ao limite de exercício da função, exacerbação do poder e exercício ilegal da função de policia pela guarda municipal apóiam as atividades de uma instituição que nasceu infectada por um vírus que bloqueia os sentidos de cidadania: tolerância, educação, respeito e inteligência. O espírito reinante na guarda municipal está armado pelo entendimento de que a ineficiência e inoperância da polícia preventiva e ostensiva é o instrumento autorizativo para a atuação de uma polícia paralela com forte envolvimento e influencia de autoridades municipais que salvaguardam suas práticas ilegais. . Este foi o curso do deságüe viral que contaminou muitos membros do efetivo da guarda municipal (sem generalizar). A doença que destrói corpo, mente e alma da guarda municipal faz vítimas em seus espasmos violentos. Voce com certeza já deve ter ouvido de amigos relatos sobre mal comportamento de guardas municipais, mas nunca igual ao ato de violência, constrangimento e humilhação provocado pelos GM Rafael Leone, Sergio Murilo, Amaro, Arthur entre outros a uma pessoa, que passo a relatar: - um tradicional e conhecido comerciante filho de Rio das Ostras estaciona seu veículo todos os dias no mesmo lugar próximo ao seu comércio, tendo como vizinhos a Secretaria de Saúde e de Fazenda e uma unidade móvel da guarda municipal. Acostumado a ser urbano e educado cumprimenta a todos com seu bom dia os amigos de comércio, servidores dos órgãos municipais e os guardas municipais. Na última quinta feira, dia 16 de agosto uma guarnição do órgão executivo de transito agiu premeditadamente com violência contra um cidadão filho de filhos desta cidade. Um erro de interpretação por parte do agente executivo de transito na aplicação de uma norma induziu o comerciante a não permitir que seu veiculo fosse rebocado. Invocando o seu direito e na intenção de contribuir com o agente de transito solicitou que a ele fosse permitido retirar o veiculo, sendo negado imediatamente a ele este direito. Absurdamente a ele foi negado também o direito de passagem ao interior de seu veiculo. Por sua insistência em querer entrar no veículo foi violentamente agredido por quatro guardas municipais que dispensaram a ele tratamento de bandido ao algemá-lo e a porco abatido ao carregá-lo pelas mãos e pés. Parecia cena de um violento dia de confrontos numa favela. Humilhação assistida por seu filho, amigos e populares que nada puderam fazer para impedir tamanha atrocidade, senão solidarizar como testemunha. Revelo a voce amigo leitor que ser conhecido, prestar serviço ao município, ser filho da terra e outros qualificativos que determinam uma conduta reta não são elementos a serem considerados numa ação de adversidade das autoridades municipais.

8.15.2007

Sintaxe politica

Sintaxe política

Não esperávamos o retorno dele, mas ele voltou. Pensávamos que ele havia perdido a paciência com o eleitor e desistido de influenciar anonimamente na política, mas não, ele está de volta ao cenário político da mesma maneira de sempre: como um covarde. Sem rosto e sem personalidade. Sem coragem e sem caráter. Sem classificação e identificação. Dono de um invejável conhecimento sobre a política e os políticos riostrenses esse sujeito oculto vai fazendo das suas. Ofensas, denúncias, dissimulações e intrigas preenchem seu currículo eleitoral baseado nas suas frustradas atuações de conquista do poder. Na sintaxe política ele não é um sujeito simples, pois vem acompanhado por outros agentes que pensam e agem como ele. O sujeito é composto por frustrações e medos. Não reconhece que no jogo democrático destacam-se os sujeitos determinados e com predicados que ele próprio não encontra si: honestidade, honradez, habilidade, fidelidade, entre outros qualificativos que o eleitor quer encontrar num agente público. Deparei-me no primeiro fim de semana de agosto com uma equipe de meninas que distribuía um folheto com o titulo de “Político Preconceituoso” sob a assinatura de um pseudo “Movimento Pela Ética Na Política”. O texto manifesto podemos considerá-lo como apócrifo (mesmo que contenha endereço eletrônico para o envio de comentários), pois o seu conteúdo informativo não revela orientação política ou partidária ou qualquer estilo literário capaz de identificar o autor ou autores. O documento é de cunho estritamente pessoal, com direção a personalidade e caráter do seu protagonista: Alcebíades Sabino. Em períodos eleitorais passados também protagonizaram estórias relacionadas com temas abordados em documentários sem autoria alguns personagens que ocuparam importantes cargos de poder no Município de Rio das Ostras, são eles: Cláudio Ribeiro, Tereza Gianazzi e Carlos Augusto Carvalho Balthazar. Isto nos leva a crer que o sujeito indeterminado é sempre um perdedor? Creio que não. Mas com certeza nos leva ao entendimento de que ele não deseja perder o que tem e também o que possa vir a possuir no futuro quando estiver investido em cargo público. Meu caro leitor em nossa cidade a disputa pelo poder não cumpri regras o que torna o jogo político perigoso. É um jogo de vale tudo onde o eleitor é classificado e identificado como um sujeito passivo.

Publicado no Jornal Razão número 59 – Segunda quinzena de Agosto de 2007.

8.06.2007

Em mundos diferentes - parte 1

Terminado o processo eleitoral de outubro de 2004, fiz um pedido a Deus para que me iluminasse em minha jornada como comentarista politico de periódicos locais. Já se vão três anos e centenas de artigos publicados. Muitos leitores elogiaram e outros tantos criticaram e até alguns não acreditavam que os textos eram de minha autoria. Normal isto acontecer. Não pretendo ter unanimidade entre os leitores, mas gosto do questionamento, do embate e da efusão. Como cidadão sou resolvido politicamente, atuo, jogo e gosto da política, mesmo indo contra os ensinamentos de meu saudoso pai e desobedecendo as ordens da minha querida mãe que prefere me ver longe do ambiente político. Nascido em berço de família pobre, sem recursos, mas rica em força de trabalho e inteligência, conheço muito bem as dificuldades e os obstáculos transpostos pelas familias que contribuíram para o desenvolvimento de Rio das Ostras. Conheço a política por dentro e por fora, como técnico e político, fruto do serviço prestado à administração pública municipal de 1998 a 2003, combinado com as ações de coordenação política da eleição majoritária e proporcional de 2004 e 2006. Gosto de falar olhando nos olhos de quem me reserva a atenção para que se preserve a possibilidade do questionamento de quem me ouve, promovendo sua conclusão se estou dizendo a verdade. Não gosto de mentiras. Não consigo enganar a ninguém. Tenho o conhecimento das muitas práticas de enganação realizadas por agentes e políticos de mandato para se manterem no poder. Não sou omisso como muitos. Todos somos políticos, querendo ou não. As mazelas causadas pelo desvio de conduta, pela má formação de caráter e pela personalidade indefinida de muitas pessoas são o que fazem os cidadãos acreditarem que na política só há a defesa por interesses próprios, nenhum desprendimento do poder e a obtenção deste a qualquer custo. O mundo em que as famílias de trabalhadores assalariados e pequenos empresários vivem está sendo transformado num caos social promovido pela ganância, ambição exagerada e pela banalização da vida por quem detém os poderes político e de influência política em nosso pais. Suas condutas são desviadas dos princípios e fundamentos de promoção e de defesa do bem estar público e da defesa do patrimônio público. Seus caráteres não permitem que olhem nos olhos daqueles que refletem a imagem do sofrimento causado pela perda da dignidade humana, da felicidade e do amor próprio. Suas personalidades indefinidas ficam expostas no púlpito reservado a defesa do interesse público para que qualquer cidadão veja o que realmente defendem.
Publicado no Jornal Razao nº 58 de 3 a 17 de agosto de 2007

7.19.2007

A Espera de um milagre

“A coisa está preta”. Essa expressão é utilizada quando nos encontramos numa situação desfavorável, principalmente quando o assunto é dinheiro. As classes C, D e E que comporta o maior número de brasileiros é a que movimenta a economia de consumo nacional e concentra a força de trabalho da produção e um grande percentual do capital brasileiro. E onde estão as pessoas que movimentam a economia? Nos municípios. São os municípios que dão as respostas para que a estatística forme o quadro social brasileiro. Suas riquezas, sua força de trabalho, seus serviços e seu poder de desenvolvimento. A cidade de Rio das Ostras é considerada pelos números econômicos um município rico e pelos sociais um município ainda pobre. A riqueza natural finita que deveria está movimentando a economia riostrense está concentrada nas mãos de poucos com a aquiescência do poder público. A riqueza natural e infinita há muito não tem uma política pública de relevância, mas ainda espera por atitudes políticas que a coloquem como prioridade na contribuição do desenvolvimento da cidade.
Antes da chegada da Petrobrás à região Norte Fluminense a população riostrense vivia numa economia baseada nas divisas recebidas pelos visitantes advindos da Região Sudeste e pelos chamados veranistas que aqui mantinham casa de praia em busca de tranqüilidade e felicidade, assim como pelo pequeno giro de produção e de comércio agrícola, pecuário e pesqueiro. As divisas eram aplicadas na construção civil que movimentava o mercado imobiliário e a sua força de trabalho conseqüentemente impulsionava o comércio, o serviço e a agropecuária. O comércio, o serviço e a agropecuária por sua vez criavam postos de trabalho e assim o município se desenvolvia. Mas se a atividade petrolífera traz desenvolvimento porquê o número de encerramento de atividades comerciais é maior que a de abertura? Se a atividade petrolífera cria postos de trabalho o porquê de tanto desemprego na região? Porque os recursos produzidos por nossa riqueza finita, o petróleo, não tem um plano de investimento que financie os setores econômicos.
O setor público que detêm a administração da riqueza do petróleo não definiu sua distribuição. Preferem concentrar os investimentos em serviços que consomem uma enorme quantidade de recursos, executados por empresas que remetem os lucros para fora do município. O estoque em banco de dinheiro público está muito alto e a quantidade de dinheiro circulando no município está muito baixo. O poder público do município atualmente está muito dependente dos recursos dos royalties e a aplicação desses recursos está direcionada para o aumento de seu patrimônio. O governo que administra o Município de Rio das Ostras precisa corrigir as distorções a tempo, senão o bolsão de pobreza que já não é pequeno em nossa cidade tende a aumentar.
Houve uma movimentação na classe industrial e comercial estabelecidos no Bairro de Mar do Norte em Rio das Ostras para que efetivamente o poder público municipal coloque em prática os fundamentos do FUNDERO (Fundo de Desenvolvimento Econômico de Rio das Ostras). Esta movimentação com certeza frutificará, pela importância que tem este setor na economia riostrense, mas não basta. É necessário provocar todos os seguimentos da sociedade para que em conjunto pressionemos o governo para que aplique um choque de desenvolvimento.
Já denunciei o desaquecimento de nossa economia e em conversa de pé de ouvido com o prefeito do Município de Rio das Ostras e propus a regulamentação da Lei Municipal nº 509/2000, que contêm vários benefícios para o setor comercial. A regulamentação desta lei proporcionará ao mercado um aumento significativo em suas vendas com o ingresso de mais R$ 10 milhões de reais por mês. Esperamos que o governo se sensibilize com os reclamos do setor, afinal, o maior empregador é o setor privado, como também seu grande financiador, merecendo a total atenção dos homens que estão à frente do poder.

O Retorno

Bem, pode parecer provocação, mas não é. A convite do diretor do Jornal Razão, manterei uma coluna sobre assuntos livres no espaço cedido pelo amigo Abraão Ney de Souza, presidente da Colônia Z-22, sem intitulá-la, porém nomeando os assuntos. É da ciência de todos e principalmente dos políticos que o tema de minha preferência é a abordagem da atuação política nos bastidores, com o objetivo de revelar (resguardando o interesse de me manter vivo) os acontecimentos que não chegam ao ouvido povo. É verdadeiro que já tive e tenho problemas na justiça por conta de minhas abordagens temáticas, mas nada que um bom advogado não reverta. Considerei corajoso o homem Ronaldo Brandão e percebi que ao trazer uma pessoa com o meu perfil para fazer parte do corpo de colunistas é provar que o seu veiculo de comunicação não tem amarras com governos.Não somente sou conhecido como colunista, sou também um conhecido filho de Rio das Ostras que faz da pesca seu meio de sobrevivência. Obtive destaque no meio político por minhas convicções e pela maneira como me comportei na defesa de meus ideais. A imprensa eu considero como fortaleza da democracia e aqueles que tentam amordaçá-la como inimigos do povo. O porquê eu digo isso? Existem pessoas que não sabem conviver com a verdade, principalmente quando estão no exercício do poder. A verdade acaba não sendo absoluta e a mentira é relativa para aqueles que se locupletam no poder. É preciso enxergar por trás do pano, ir ao fundo para esclarecer muitas coisas. Não podemos nos acomodar ou acostumar com as mentiras ditas a cada dia de que tudo está bem. Bem para quem? É preciso ir além. Tínhamos um atraso político de décadas quando pertencíamos a Casimiro de Abreu e agora amargamos um atraso pior na área social e econômica perto de completarmos 15 anos de emancipação político-administrativa. Estamos perdendo uma grande chance de tornar Rio das Ostras uma cidade que não dependa dos royalties. O povo riostrense está perdendo a chance de colocar Rio das Ostras num patamar elevado de crescimento. Os políticos que estiveram e estão no poder não deram e não darão chances aos nossos filhos de viverem numa cidade independente. Os homens públicos desta cidade têm de ousar e usar a coragem para defender um grande projeto de desenvolvimento e justiça social. O momento é agora e devemos exigir de quem está no poder e de quem quer estar no poder soluções para que mais tarde não nos culpemos por nossa omissão e cumplicidade com governos desastrosos que ceifaram as oportunidades de nos tornarmos homens e mulheres mais felizes.

A Ancora que precisamos - Parte 1

No domingo passado proseando com moradores da comunidade do Âncora descobri que muitos de seus moradores não conhecem o projeto original do Residential Praia Âncora. Projetado para ser o mais completo empreendimento imobiliário aberto do município e um nicho de investimento na região dos lagos na década de 70 este empreendimento tinha como mote “terreno na praia mais barato que o preço da lagosta”. A campanha publicitária teve repercussão nacional, pois sua veiculação se deu no horário nobre das principais emissoras de televisão e rádio, assim como a sua propaganda se deu nas páginas dos principais jornais do país. Entre o pool de empresas participantes do projeto estavam o Banco Auxiliar S/A e o Banco Bonfiglioli S/A que foram os responsáveis pelo financiamento da carteira de clientes que adquiram os terrenos. Os compradores, tanto de varejo como de atacado, em sua maioria não tinham conhecimento algum do balneário que justificasse a compra, a não ser pelas facilidades criadas pelos vendedores que classificaram a compra de terrenos como sub produto de sua linha, ou seja, fechamento de “negócio casado”, como aqueles em que os clientes para obterem financiamento do banco são pressionados a adquirirem seus produtos. Enquanto o grupo de parceiros do empreendimento estavam com saúde financeira o Residential Praia Âncora manteve-se vigoroso em seu projeto original. Bastou o anúncio da falência dos bancos para que oportunistas se apropriassem de áreas de compradores descuidados. Então o abandono de um fez-se o achado de outro. Deu-se, então, a invasão ao Âncora. Um mercado negro de terrenos se instalou, ocupando-se áreas públicas e privadas. Desordenadamente os invasores dividiram o loteamento em sub-loteamentos e vendendo lotes sem a medida padrão de mercado, além de avançar sobre ruas e avenidas. Na época nada se fez para a proteção da propriedade privada por parte da justiça. Do mesmo modo o poder executivo se posicionou, razão pelo qual se manteve a expansão da invasão ao Residential Praia Âncora, que se agravou mais ainda com o incentivo de parlamentares à invasão. A justificativa daqueles que por obrigação funcional era coibir tal prática baseou-se no abandono de área pelos titulares da propriedade, falta de pagamento de impostos e a necessidade de promover o crescimento demográfico de uma região afastada do centro da cidade. Os políticos da época perceberam que aquela região receberia a ocupação de pessoas sem muitas posses, de origem muito humilde e de baixa escolaridade e que a região se transformaria em um ambiente propício de ocupação de uma massa populacional de fácil manipulação política.

A Espera de um milagre 2

As eleições majoritária e proporcional de 2008 vão ter um dos seus primeiros desdobramentos no final de setembro e início de outubro deste ano, quando as siglas partidárias encaminham ao Tribunal Regional Eleitoral suas listas de filiações contendo os nomes dos pré-candidatos aos cargos eletivos do próximo pleito eleitoral. A cada eleição aprendemos mais, seja como eleitor ou eleito, cidadão comum ou cidadão politizado. Muitas respostas foram dadas aos políticos e para aqueles que fazem a análise política dos resultados. O eleitor não deu a mínima para as denúncias e dossiês que surgiram entre o ano de 2004 e 2006. Prova disso foram as eleições vencidas pela maioria das pessoas que estavam sendo investigadas. Enquanto a justiça não dá ao povo a resposta, este sim, responde a justiça elegendo e reelegendo figuras que somente maculam a imagem de instituições políticas. Elegeram Paulo Maluf, José Genoíno e Clodovil Hernandez e reelegeram João Paulo Cunha, José Mentor, Professor Luisinho e outras aberrações políticas. Fica provado que em política a verdade não é absoluta e que a mentira é relativa. Então o povo entendeu o recado. O presente político dos ex-prefeitos revelam que são expoentes representantes regionais e que as alianças locais foram a base para o alcance de uma representação em defesa dos interesses do Norte, Noroeste Fluminense e Região dos Lagos. Como não é tendência e sim acordo, as afinidades com os governantes que ajudaram a eleger em 2004 deve se seguir inalteradas em 2008. Em Macaé Riverton Mussi e Silvio Lopes caminham para a manutenção de uma aliança política sólida. O mesmo ocorre em Cabo Frio entre Marquinhos Mendes e Alair Corrêa. Em Rio das Ostras não é diferente a situação da aliança política entre o Secretário Estadual de Trabalho e Renda do governo estadual e deputado estadual Alcebíades Sabino e o prefeito Carlos Augusto Carvalho Balthazar. Silvio Lopes, Alair Corrêa e Sabino são homens públicos de longa data e já ocuparam cargos de relevância no estado e sabem se comportar quando o interesse maior é o município. Apesar das aparências a situação política entre Sabino e Carlos Augusto vai melhorar com a intervenção dos interesses políticos. Alcebíades Sabino demonstrará maturidade política e não se deixará envaidecer pelos números eleitorais.Neste momento há um sério desequilíbrio político, até natural, mas a tendência é o realinhamento das forças, a bem da política riostrense. O momento não é propício para desafios, afrontas ou qualquer espécie de perturbação política. Os interesses individuais não devem ficar acima dos interesses coletivos. É necessário entender os limites que a política impõe e respeitar o rodízio do poder. A perpetuação no poder é perigosa, pois quando não se mantém pelo uso da força o uso do poder político e econômico é o que dita a regra, o que origina a corrupção.