5.10.2006

Os Vingadores do Futuro

Os vingadores do futuro

Não posso dizer que a afirmativa “o governo aprende com a oposição” é uma expressão de concordância unânime no meio político, mas digo que concordo no contexto. Em Rio das Ostras o assunto “oposição” não é tratado como fonte de aprendizado político, mas sim como caso de polícia. Sob valores invertidos a justiça investiga o denunciante e os políticos perseguem os homens de bem. A espada pesa acima da cabeça do inocente enquanto a venda é desfraldada em favor do culpado. Qual valor que se dá ao exercício de responsabilidade social de um cidadão com identidade e sem condescendência com as atitudes e formalidades escusas de homens ligados ao poder ao se colocar na defesa do interesse público? A conscientização é a moeda da mensuração e o reconhecimento é o sal de seu estímulo.
Política produz por naturalidade a adversidade como também por anormalidade a inimizade. A adversidade política nasce do confronto de idéias nos fóruns de debates do universo democrático enquanto a inimizade política termina com o abate de homens em tocaias da covardia debatidas em quartéis do autoritarismo representativo.
Aqui em nossa cidade, ontem e hoje, nunca houve e não há espaço para questionamentos, contestações e manifestações públicas contra governos municipais. O agravo está atualmente instalado no governo Carlos Augusto. A imprensa regional escrita, com raríssima exceção, se cala com a “mesadinha” e com os anúncios institucionais, assim como as rádios e televisões locais se esquivam de suas funções social, institucional e constitucional em troca da veiculação de peças publicitárias governamentais. O que sobra ao povo como instrumento de defesa se a representação legislativa riostrense foi declaradamente colocada a serviço do governo municipal? Sobram aqueles que acreditam na possibilidade de fazer política voltada para o bem. Não são muitos que se predispõem e assumem serem cidadãos críticos da política e dos políticos. A sociedade precisa desses homens para que os governos se sintam vigiados e fiscalizados com o objetivo de inibir os desvios de conduta política, exacerbação do poder e todos os outros males que o poder revela nas pessoas de caráter e personalidade duvidosa.
O povo riostrense sofre desde sua emancipação com o abuso do poder político e econômico daqueles que se revezam no poder central do município. O poder político dado pelo povo volta-se contra ele pela omissão de seus representantes eleitos em fiscalizar os atos deste governo municipal. Os agentes públicos riostrenses estão excedendo o limite de suas funções e arbitrariamente condenando pessoas inocentes desprovidas de bens e de cultura, agredindo-as física e moralmente.
Ao centralizar as ações de fiscalização sob a coordenação geral de um departamento subordinado a Procuradoria Geral do Município o prefeito Carlos Augusto criou a Superfiscalização que engloba as fiscalizações tributária, sanitária, meio ambiente, transporte, obras e posturas. Esta decisão denunciou a falta de sensibilidade e o descaso com a política de desenvolvimento econômico no município. Os erros cometidos há anos pelo poder público estão passando por triagem no governo Carlos Augusto sob a responsabilidade superior de pessoas que não tem compromisso com o povo.
Rio das Ostras não está sendo governada por políticos que conheçam os mais importantes princípios da administração pública: moralidade, impessoalidade e imparcialidade. O governo sob a administração de Carlos Augusto e gerência de Enéas Rangel Filho não tem moral para dirigir as ações de polícia administrativa no município em que foram estimuladas invasões a propriedades por vários edis, incluindo o primeiro como invasor, que trouxe à cidade pessoas sem horizonte que vêem no trabalho informal a única fonte de sustento da família, que por sua impessoalidade persegue aqueles que com coragem e honestidade pronunciam a inabilidade política, a soberba, a cólera de seu governo e sua falta de sustentabilidade política causada por sua imparcialidade que beneficia o poderoso grupo econômico que se apossou no dinheiro público que está sendo lavado em processos licitatórios que figuram as mesmas de governos anteriores. O governo municipal deve ficar atento ao trabalho da “oposição” que de maneira ordeira e responsável contribui para a defesa do interesse público, pois caso não leve em consideração este trabalho será cobrado pelos vingadores do futuro: o próprio eleitor.

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