5.22.2006

Aqui Não É o Eldorado

Aqui não é o eldorado

A coisa está preta. Essa expressão está na boca do povo, mais precisamente entre as classes C, D e E, as mais numerosas que compõem a sociedade brasileira e que no conjunto são as que movimentam a economia deste país com a atividade de trabalho na produção e capital na compra e na venda. E onde estão as pessoas que movimentam a economia? Nos municípios. São os municípios que dão as respostas para que a estatística forme o quadro social brasileiro. Suas riquezas, sua força de trabalho e seus serviços sociais e seu poder de desenvolvimento. A cidade de Rio das Ostras é considerada pelos números econômicos um município rico e pelos sociais um município pobre. A riqueza natural finita que deveria está movimentando a economia riostrense está concentrada nas mãos de poucos com a aquiescência do poder público. A riqueza natural e infinita há muito está abandonada, esperando por atitudes políticas que a coloquem como prioridade na contribuição do desenvolvimento da cidade.
Antes da chegada da Petrobrás à região Norte Fluminense, a população riostrense vivia numa economia baseada nas divisas recebidas pelos visitantes advindos da Região Sudeste e pelos chamados veranistas que aqui mantinham casa de praia em busca de tranqüilidade e felicidade e pelo pequeno giro de produção e de comércio agrícola, pecuário e pesqueiro. As divisas eram aplicadas na construção civil que movimentava o mercado imobiliário e a sua força de trabalho conseqüentemente impulsionava o comércio e a agropecuária. O comércio e a agropecuária por sua vez criavam postos de trabalho e assim o município se desenvolvia. Mas se a atividade petrolífera traz desenvolvimento porquê o número de encerramento de atividades comerciais é maior que a de abertura? Se a atividade petrolífera cria postos de trabalho o porquê de tanto desemprego na região? Porque os recursos produzidos por nossa riqueza finita, o petróleo, está loteada.
O setor público que detêm a administração da riqueza não se preocupa com sua distribuição. Preferem concentrar os investimentos em serviços que consomem uma enorme quantidade de recursos, executados por empresas que remetem os lucros para fora do município. O estoque em banco de dinheiro público está muito alto e a quantidade de dinheiro circulando no município está muito baixo. O poder público do município atualmente está muito dependente dos recursos dos royalties e a aplicação desses recursos está direcionada para o aumento de seu patrimônio. O governo que administra o Município de Rio das Ostras precisa enxergar este desequilíbrio e corrigir as distorções a tempo, senão o bolsão de pobreza que já não é pequeno em nossa cidade tende a aumentar.
Há uma movimentação na classe industrial e comercial estabelecidos no Bairro de Mar do Norte em Rio das Ostras para que efetivamente o poder público municipal coloque em prática os fundamentos do FUNDERO (Fundo de Desenvolvimento Econômico de Rio das Ostras). Esta movimentação com certeza frutificará, pela importância que tem este setor na economia riostrense, mas não basta. É necessário provocar todos os seguimentos da sociedade para que em conjunto pressionemos o governo para que aplique um choque de desenvolvimento.
Em artigo anterior já denunciei o desaquecimento de nossa economia e em conversa de pé de ouvido com o prefeito do Município de Rio das Ostras propus que regulamentasse a Lei Municipal nº 509/2000, que contêm vários benefícios para o setor comercial. A regulamentação desta lei proporcionará ao mercado um aumento significativo em suas vendas com o ingresso de mais R$ 10 milhões de reais por mês. Tanto os setores varejistas como atacadistas de consumo, os de prestação de serviços e pequenas obras tem a chance de se desenvolverem com a descentralização de recursos proposta na lei.
Esperamos que o governo se sensibilize com os reclamos do setor, afinal, o maior empregador é o setor privado, como também seu grande financiador, merecendo a total atenção dos homens que estão a frente do poder.
Uma ótima proposta para a próxima reunião do setor comercial e industrial seria a criação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e a Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Renda que com certeza sendo aceita pelo poder público daria provas de sua boa vontade em firmar uma grande parceria com a população da cidade de Rio das Ostras.

R E F L E X Ã O

REFLEXÃO

Tome cuidado com a vaidade

A vaidade é uma brecha moral que infelicita bastante a humanidade. A luta por posições de realce ocupa muito tempo das criaturas. Mesmo quem não tem vocação para encargos elevados, freqüentemente os procura. E não o faz por espírito de serviço, mas para aparecer.Valoriza-se muito a vitória aparente no mundo, mesmo quando conquistada à custa da paz. Mas será que isto compensa? Não valerá mais a pena viver humildemente, mas com dignidade?
Ocupar postos de destaque traz grande responsabilidade. Para quem não está preparado, a derrocada moral pode ser grande. Satisfazer a vaidade é um grande perigo. A tentação de evidenciar a própria grandeza pode fazer um homem cair no ridículo. Há pouca coisa mais lamentável do que alguém despreparado desempenhando um grande papel. A ausência de discernimento pode levar a ver virtudes onde elas não existem. A aceitar conselhos de quem não merece confiança. A tomar decisões sob falsas expectativas.
A vaidade manifesta-se sob muitas formas. Está presente na vontade de dizer sempre a última palavra. Por relevante que seja o argumento do outro, o vaidoso não consegue dar-lhe o devido valor. Imagina que, se o fizer, diminuirá seu próprio brilho. O vaidoso tem dificuldades em admitir quando erra, mesmo sendo isso evidente. Ele não consegue perceber a grandeza que existe em admitir um equívoco. Que é mais louvável retificar o próprio caminho do que persistir no erro. A vaidade também dificulta o processo de perdoar. O vaidoso considera muito importante a própria personalidade. Por conta disso, todas as ofensas que lhe são dirigidas são gravíssimas. Já os prejuízos que causa aos outros são sempre pequenos. Afinal, considera o próximo invariavelmente mais insignificante do que ele próprio. A criatura acometida de vaidade dá-se uma importância desmedida. Imagina que os outros gastam horas refletindo sobre seus feitos. Por conta disso, sente-se compelida a parecer cada vez mais evidente.
Como todo vício moral, a vaidade impede uma apreciação precisa da realidade. Quem porta este defeito não percebe que apenas se complica, ao cultivá-lo. Que seria muito mais feliz ao viver com simplicidade. Que ninguém se preocupa muito com sua pessoa e com sua pretensa importância. Que, ao tentar brilhar cada vez mais, freqüentemente cai no ridículo e se torna alvo de chacota. Analise seu caráter e reflita se você não possui excesso de vaidade. Você reconhece facilmente seus erros? Elogia as virtudes e os sucessos alheios? Quando se filia a uma causa, o faz por ideal ou para aparecer? Admite quando a razão está com os outros? Caso se reconheça vaidoso, tome cuidado com seus atos. Esforce-se por perceber o seu real papel no mundo. Reflita que a vaidade é um peso a ser carregado ao longo do tempo. Simplifique sua vida, valorize os outros, admita os próprios equívocos. Ao abrir mão da vaidade, seu viver se tornará muito m ais leve e prazeroso.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita

5.10.2006

Os Vingadores do Futuro

Os vingadores do futuro

Não posso dizer que a afirmativa “o governo aprende com a oposição” é uma expressão de concordância unânime no meio político, mas digo que concordo no contexto. Em Rio das Ostras o assunto “oposição” não é tratado como fonte de aprendizado político, mas sim como caso de polícia. Sob valores invertidos a justiça investiga o denunciante e os políticos perseguem os homens de bem. A espada pesa acima da cabeça do inocente enquanto a venda é desfraldada em favor do culpado. Qual valor que se dá ao exercício de responsabilidade social de um cidadão com identidade e sem condescendência com as atitudes e formalidades escusas de homens ligados ao poder ao se colocar na defesa do interesse público? A conscientização é a moeda da mensuração e o reconhecimento é o sal de seu estímulo.
Política produz por naturalidade a adversidade como também por anormalidade a inimizade. A adversidade política nasce do confronto de idéias nos fóruns de debates do universo democrático enquanto a inimizade política termina com o abate de homens em tocaias da covardia debatidas em quartéis do autoritarismo representativo.
Aqui em nossa cidade, ontem e hoje, nunca houve e não há espaço para questionamentos, contestações e manifestações públicas contra governos municipais. O agravo está atualmente instalado no governo Carlos Augusto. A imprensa regional escrita, com raríssima exceção, se cala com a “mesadinha” e com os anúncios institucionais, assim como as rádios e televisões locais se esquivam de suas funções social, institucional e constitucional em troca da veiculação de peças publicitárias governamentais. O que sobra ao povo como instrumento de defesa se a representação legislativa riostrense foi declaradamente colocada a serviço do governo municipal? Sobram aqueles que acreditam na possibilidade de fazer política voltada para o bem. Não são muitos que se predispõem e assumem serem cidadãos críticos da política e dos políticos. A sociedade precisa desses homens para que os governos se sintam vigiados e fiscalizados com o objetivo de inibir os desvios de conduta política, exacerbação do poder e todos os outros males que o poder revela nas pessoas de caráter e personalidade duvidosa.
O povo riostrense sofre desde sua emancipação com o abuso do poder político e econômico daqueles que se revezam no poder central do município. O poder político dado pelo povo volta-se contra ele pela omissão de seus representantes eleitos em fiscalizar os atos deste governo municipal. Os agentes públicos riostrenses estão excedendo o limite de suas funções e arbitrariamente condenando pessoas inocentes desprovidas de bens e de cultura, agredindo-as física e moralmente.
Ao centralizar as ações de fiscalização sob a coordenação geral de um departamento subordinado a Procuradoria Geral do Município o prefeito Carlos Augusto criou a Superfiscalização que engloba as fiscalizações tributária, sanitária, meio ambiente, transporte, obras e posturas. Esta decisão denunciou a falta de sensibilidade e o descaso com a política de desenvolvimento econômico no município. Os erros cometidos há anos pelo poder público estão passando por triagem no governo Carlos Augusto sob a responsabilidade superior de pessoas que não tem compromisso com o povo.
Rio das Ostras não está sendo governada por políticos que conheçam os mais importantes princípios da administração pública: moralidade, impessoalidade e imparcialidade. O governo sob a administração de Carlos Augusto e gerência de Enéas Rangel Filho não tem moral para dirigir as ações de polícia administrativa no município em que foram estimuladas invasões a propriedades por vários edis, incluindo o primeiro como invasor, que trouxe à cidade pessoas sem horizonte que vêem no trabalho informal a única fonte de sustento da família, que por sua impessoalidade persegue aqueles que com coragem e honestidade pronunciam a inabilidade política, a soberba, a cólera de seu governo e sua falta de sustentabilidade política causada por sua imparcialidade que beneficia o poderoso grupo econômico que se apossou no dinheiro público que está sendo lavado em processos licitatórios que figuram as mesmas de governos anteriores. O governo municipal deve ficar atento ao trabalho da “oposição” que de maneira ordeira e responsável contribui para a defesa do interesse público, pois caso não leve em consideração este trabalho será cobrado pelos vingadores do futuro: o próprio eleitor.