UM SOPRO DE VIDA PRA BERTOLT BRECHET
Os que lutam
"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."
Bertolt Brecht
Nunca na História desta cidade vimos uma eleição para prefeito e vice com apenas duas candidaturas. O eleitor se pergunta o que falta às outras lideranças políticas para estarem presentes na disputa à administração do Município de Rio das Ostras. Eu digo. Falta ao eleitor o interesse de ver (pelo menos até este momento) políticos sem histórico político à frente da administração da cidade. Todos aqueles que se lançaram como alternativas nesta eleição não experimentaram o voto, nunca disputaram um pleito se quer. Temos lideranças políticas fantásticas, com perfis que não se assemelham ao dos dois candidatos concorrentes a prefeitura de Rio das Ostras. Pessoas possuidoras de bons projetos, idealistas, com experiência pública, competência profissional e nomes limpos. São requisitos que os membros de qualquer sociedade deveriam levar em consideração para construir um nome de um político capaz de concorrer com chance na disputa às eleições contra aqueles que se auto proclamam “donos do destino do povo”. O caso em Rio das Ostras se assemelha a da maioria dos municípios brasileiros: quem constrói um político é o meio político predominante. O berço dos políticos vencedores é preparado para receber as provetas que serão no futuro os provedores dos interesses de quem os alimentou e os tornaram homens fortes. É assim aqui, ali e acolá. Os mais fortes sobrevivem. Não basta ter apenas vontade, vigor físico e inteligência para entrar na disputa por votos. Historicamente e culturalmente a maioria dos eleitores não dá chances ao fraco e ao honesto. Fraco e honesto não vinga em ambiente contaminado pela perversão dos interesses individuais. O eleitor prefere aqueles criados a “toddy” que se acostumaram às disputas pelo alimento produzido no poder. Daí surge os fortes para fazer valer o dito das regras. As candidaturas de Sabino e Carlos Augusto são fruto da imposição de pessoas que dominam setores importantes da política e da economia no município. Não poderia ser diferente. Os dois conseguiram se sobrepor aos outros. Com poder político e econômico acumulado nos longos anos de vida política vão para a disputa do voto com comportamentos iguais, mas diferentes. Sabino com o comportamento de quem navega em mar de almirante tendo a seu favor os bons ventos que o faz avançar na conquista de mais um ou dois mandatos. Sua justificativa é que seu projeto pessoal de tornar a cidade mais educada, limpa, sadia, organizada e segura não foi concluído nos 8 anos em que administrou o município. É justo, muito justo, justíssimo em seu direito legítimo. Carlos Augusto com o comportamento de general que perdeu a passada quer mais 4 anos para acertar o passo, mas tem contra si a atuação do tempo e de pessoas que contribuem para a corrosão das estruturas que liga sua gestão à do outro e perecendo neste momento do tempo perdido, agoniza no atraso de uma “gestão lenta e gradual”. Mas, ainda tenta com um sopro de vida ao unir forças meio que à força para remendar os rasgos no que atualmente simboliza sua gestão: a ponte estaiada. As diferenças entre os dois saltam aos olhos em comparação administrativa e política. O primeiro quer consolidar as políticas desenvolvidas em sua gestão entre 1996 e 2004 com o incremento da participação popular, fundindo-se o vigor dos trabalhadores com o carinho provocado pelo amor que todos tem por esta cidade. Assim como em 1996 deixa seu compromisso escrito em uma Carta Programa de Governo. O outro perdido no atraso de uma gestão lenta e ineficiente tenta se erguer apoiando-se com as bengalas que foram construídas nas oficinas de marketing de Santa Rita e Cia. Usa a estratégia do “abafa”: mais quantidade e menos qualidade. A coordenação de campanha de Carlos Augusto repete a estratégia de 2004 com a seguinte ordem: poluição audiovisual provocado pelo grande número de veículos estilizados e sonorizados em circulação; faixas e placas em fachadas e sacadas; pessoas contratadas e servidores transformados em cabos eleitorais; cooptação de líderes religiosos; etc., e com a síntese de uma campanha milionária e sem precedentes. Diferente e bem diferente está o comportamento do judiciário riostrense nesta eleição. Na eleição passada o Juiz Eleitoral Dr. André Fernandes Arruda só se fazia presente em irregularidade eleitoral através de provocação por escrito, ou seja, em processo formalizado. Hoje a titular do juízo eleitoral riostrense Dr. Maira Valéria sempre coloca um passo a frente assim que percebe irregularidades ou desrespeito a lei eleitoral. Fica bem claro seu comportamento ético e sua fidelidade à magistratura ao não tomar partido na disputa que cerram os dois candidatos a prefeito. Não posso falar o mesmo para o 4º poder. Na imprensa escrita, televisada ou falada o bicho está pegando. Tomaram partido na eleição os veículos de informação que são “subvencionados” pelo governo. Matérias e editoriais que refletem claramente a pessoalidade e parcialidade dos donos dos veículos de comunicação em favor do candidato a reeleição ao cargo majoritário no município de Rio das Ostras Carlos Augusto. A única rádio oficial no município de propriedade do deputado federal Bernardo Ariston (PMDB partido do atual prefeito) prega a desinformação, principalmente em problemas que flagelam o povo: a falta d’água. Tentam tripudiar do povo ao corroborar com mentiras e ao venderem o espírito jornalístico. Na mesma esteira estão os jornais que não são oficiais no município (aqueles que não têm registros e são considerados clandestinos pela lei de imprensa), mas circulam trazendo desinformação e desrespeito às pessoas. Será que os donos de veículos de comunicação acham que o povo é burro? Que suas palavras chegam somente àqueles que não sabem “ler, enxergar e ouvir”? Os iletrados que não sabem ler sabem enxergar e ouvir, assim como os surdos. Os cegos sabem ler e ouvir. Cegos, surdos e mudos são as deficiências daqueles propagam desinformações com o objetivo de subtrair o direito todos em saber a verdade. Esta é a verdadeira morte súbita e que foi inventada pelos carlistas estrangeiros e não por sabinistas brasileiros.